Tenho pensado em muitas coisas.
Como sempre... isso não é novidade.
Mas tenho tido vontade de escrever muita coisa.
Espero que isso seja bom.
Lendo um comentário de minha querida Liz, sobre o meu olhar sobre eu mesma, fiquei pensando.
E senti quase que a necessidade de falar da construção desse olhar.
Venho dizendo, que me sinto transformada.
A verdade é que isso acontece a todo momento.
Eu não acho que estabilidade é uma coisa desse mundo.
Acho que estabilidade é uma ilusão.
É só analisar o que você considera estável, e adicionar algum fato que possa tirar o seu chão,
e se verá dando adeus à esta estabilidade.
O que existe é o aprendizado.
Tudo é aprendizado.
Quero contar uma estorinha.
Verídica. Aconteceu comigo.
Não vou contar os fatos como foram.
Não me cabe expor e julgar ninguém.
Até porque eu acho que sempre somos instrumentos de aprendizado uns para os outros.
Havia uma época, em que eu comecei a entrar mais em contato com meu lado místico.
Passei por alguns fenômenos místicos e isso me maravilhou.
Não só maravilhou... vou além.
Me deslumbrou.
Hoje digo isso numa boa.
Como sempre digo, somos o que podemos ser.
E acho que isso me imbuiu de uma certa sensação de superioridade.
Soberba mesmo... Coisa feia... !!! :(
E estava eu lá em cima, nas nuvens da ilusão, e conheci uma pessoa.
Ahh, sempre tem uma pessoa não é ?? Um alguém.
É. Sempre tem um alguém porque é assim que a gente aprende.
Certa vez li uma coisa que me fez pensar :
"Devemos guardar muito respeito por nossos inimigos. Pois é através deles que crescemos."
Conheci essa pessoa, vamos chamar ele de Dalit.
*Vou aproveitar todo o alvoroço que o final da novela Caminho das Indias está provocando e fazer referência ao conceito indiano de dalit = impuro.*
Pois bem, conheci o dalit numa situação profissional.
Convivemos na verdade muito pouco.
Mas, foi através dele, que tive uma das experiências mais excruciantes de minha vida.
Ele era uma pessoa proibida. Off Limits.
E eu, ingenuamente, não sabia.
Não mesmo. Falo com tranquilidade.
Quem me conhece, sabe que apesar de toda essa minha "fortaleza" e perspicácia, por vezes sou muito ingênua.
Logo quando o conheci, houve uma atração instantânea entre nós.
Enfim, conheci o dalit me envolvi rapidamente.
Mas, logo percebi que tinha que me afastar.
Fui embora do Brasil por uns meses.
Tinha portas abertas pra voltar, onde morei por um tempo e fui pra lá, fugir desse barulho, esse tufão, essa roubada que eu sentia se aproximar de mim.
(Só pra acalmar vcs, ele não era bandido, e nem tinha desvio de caráter ou coisa assim. Era simplemente uma pessoa fraca. Era não. É. Continua sendo.)
Quando houve esse afastamento do dalit, quando vi terminar a paixão, muitas das minhas - então certezas - começaram a se rachar.
Mal sabia eu, que ali se inciava uma dos processos mais importantes da minha vida.
Alí se iniciava a estrada de volta para o meu Higher Self, Meu Eu Interior.
A volta para o meu Cristo Interno.
*A estorinha do dalit acaba aqui. Continua lá, na vida dele.
Do jeito que ele puder que continue.
E não me diz mais respeito.
Ele já cumpriu o papel dele comigo. *
Um ano e meio depois, uma astróloga me disse, que eu havia passado por um trânsito de urano e que eu era uma sobrevivente, pois tinha sido de fato, virulento.
Hoje eu percebo que meu maior sofrimento foi causado por mim mesma.
Meu ego foi o maior causador de toda a minha dor.
Minha voz interna, por vezes me falava, mas meu ego não me permitia seguí-la.
Com isso, começou então a fase mais relevante daquele momento.
A grande maioria das minhas "certezas" vieram por terra.
Uma por uma.
E como foi difícil não só deixá-las cair, mas também vê-las cair e principalmente abandoná-las.
Meu auto-engano me doía fisicamente.
Eu tinha dores no corpo.
Na alma, nem se fala.
Me sentia, sendo enterrada viva.
Por vezes sentia uma sensação sufocante.
Essa dor me fez voltar a única pessoa que me aliviava.
Deus
Me lembro como se fosse hoje, as 3 horas e meia que passei chorando numa missa da Pituba.
Lembro que saí daquela missa diferente.
E vislumbrei um traço de esperança para o fim da minha dor.
Ainda assim, eu estava confusa.
Como Deus pode permitir que eu sofresse daquele jeito ??
E a resposta é uma só: Por Amor.
Por Amor ao que Ele sabe que sou verdadeiramente.
E que eu podia ser muito melhor, ser o que realmente sou.
Ele ja sabia.
Eu não.
Sempre que eu estava com Ele, eu conseguia, nem que fosse por alguns minutos esquecer daquela dor.
Esse contato foi aumentando.
A dor, muito lentamente foi diminuindo.
A cada nova ilusão que meu ego insistia em lançar, Deus vinha ao meu socorro amorosamente.
Eu continuava sem entender.
Mas a convivência Nele, foi aumentando.
Os minutos se tornaram horas.
Horas se tornaram dias...
E dias se tornaram segundos.
Opa ! Como assim ?
De dias para segundos ?
O contato evoluiu... De contato para fusão.
Eu passei a não me separar mais Dele.
Não separar as coisas da minha vida Dele.
Cada pensamento do dia é com Ele. É Nele.
Confesso, que em alguns momentos eu escorrego, mas cada vez mais rápido,
minha percepção se volta pra Ele novamente.
É um Caminho com basicamente 2 processos... de maneira geral.
O primeiro foi de desconstrução.
Após passar pelo luto da morte das minhas certezas, fui desconstruindo quase tudo em mim.
Fiquei quase que irreconhecível.
Meus familiares e alguns amigos ficaram preocupados.
A fase da descontrução não é fácil.
Ela traz raiva. Tristeza. Luto. Choro. Recolhimento.
Porque ela exige muito esforço e força interna.
E por vezes me deixava mal humorada, sem motivos aparentes.
Nem mesmo eu, sabia o porque.
Estava sempre cansada.
Eu saí do mundo.
Me recolhi a poucas pessoas e coisas.
Ninguém entendia nada.
Via o olhar perplexo e as vezes desiludido de minha mãe.
Mas, persisti no processo.
Senti que não podia mais voltar ao que eu era antes.
Só me restava seguir em frente.
Persistir.
É um Caminho sem volta, quando a gente está disposta a abrir a Alma a Verdade Universal e Interna.
Continuei Caminhando até que cheguei ao
PORTAL.Estou agora, na fase da construção.
Não, que a desconstrução acabe.
Eu acho que é uma constante.
A flexibilidade garante essa constância
Mas a construção é de uma maneira nova.
A certeza mudou de casa.
As certezas cegas receberam ordem de despejo.
A única certeza que vive é que tudo é em DEUS.
Não tem jeito.
Você pode lutar contra isso, o quanto você quiser.
Porque o momento da rendição vai chegar.
O momento do entendimento, do esclarecimento vem.
E ai, talvez, você vai pensar o que eu penso hoje:
What The f* I was thinking ?? :o
(No que eu estava pensando?)
Bem, nem vale a pena responder.
Mas em outro post, que ja tá meio articulado aqui na minha cabeça, vou falar de algumas ferramentas de construção e de desconstrução.
Como sabiamente se diz por aí, a diferença entre remédio e veneno é a dose.
Pouco a pouco, venho descobrindo mais e mais coisas e possibilidades.
Nada disso, me livra do erro, dos inimigos.
São eles que vão continuar me mantendo longe do auto-engano.
Longe da soberba. Do orgulho. Da vaidade.
Não sei.
Não há fórmula.
Como sabiamente disse sócrates:
"Tudo que sei é que nada sei" & " Conhece-te a Ti mesmo"
É essa regrinha que tô seguindo.
What a Feeling
Irene Cara
First, when there's nothing
but a slow glowing dream
That your fear seems to hide deep inside your mind
All alone I have cried silent tears full of pride
In a world made of steel, made of stone
Well I hear the music,
close my eyes,
feel the rhythm
Wrap around, take a hold of my heart
What a feeling, bein's believin'
I can't have it all, now I'm dancin' for my life
Take your passion, and make it happen
Pictures come alive, you can dance right through your life