O que realmente importa
Ainda me recuperando do Carnaval - vale a pena dizer, pra quem não sabe, que trabalhei todos os dias - recebi a notícia que o sobrinho de um amigo muito querido faleceu num acidente de carro.
Não há palavras que possam confortar tamanha perda.
Estou convencida disso.
Essa dor ressoa na vida daqueles que perdem o ente querido de uma forma devastadora.
Mesmo assim, claro mandei minha mensagem de condolências - num ato de amor- ao meu querido Andrezão.
Durante o Carnaval, houveram alguns momentos eu que eu olhava a multidão com as mãos pra cima, e cantando e me perguntava :
" - Meu Pai eterno, o que tanto estamos comemorando ???"
Essa pergunta me causava até um certo mal estar, porque eu mesma, cantava e pulava em outros tantos diversos momentos, sem mesmo saber porque.
E neste momento o que me vem à cabeça é que o que me causava mal estar não era a pergunta. Mas o fato de perceber, que a grande maioria, me incluo nisso - se anestesia da vida, das coisas que realmente importam, pelo menos durante esses dias.
Via, do alto do camarote onde eu estava, tantas coisas, tantas vidas mudando, tantos encontros e desencontros acontecendo, num caos frenéticamente festivo. E a vida andando.
Ao receber a notícia de um falecimento, logo após a tamanha expressão de alegria, nada mais me vêm à cabeça além de: O que é que realmente importa ???
Tantas coisas realmente importam, e ainda assim, ficamos presos diariamente ao que não importa, ao que não faz diferença fazendo disso um hábito rotineiro ignorante e imbecil.
A alegria insana ilude e cheguei a conclusão, cansa.
As vezes magoamos quem amamos porque não damos conta de tudo o que realmente sentimos. É tipo um Carnaval. Um carro alegórico. O problema é quando é um eterno Carnaval...
Fico aqui, de certa forma, medindo palavras, porque estou inserida neste contexto carnavalesco e alegórico.
Mas quero dizer que cada vez menos quero ter o riso insano e imbecil.
Quero o riso do coração, da Alma, do saber, da luz, do entendimento, do AMOR, da paz, da Verdade, e do bem querer.
O riso que vem do encontro. O riso da LUZ.
Enquanto finalizo o post recebi essa mensagem de Rubem Alves:
"Cartas de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel"
Depois dessa é melhor nem dizer mais nada.
Até mais.
Ps. A foto do post é uma piada interna. Se é q pode-se chamar de piada... enfim....
1 comentários:
Amiga,
Adorei esse texto. Bem escrito!!
E o conteúdo é precioso.
Importante também essa outra visão sobre o carnaval.
É o que digo tudo vale a pena se a alma não é pequena! A sua é enooooorme.
Beijos
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