Vamos pensar ?

Antes de qualquer coisa, isso aqui não é tese de mestrado, ok ?



Hoje eu quero falar sobre Comunicação.
Depois de muitos anos trabalhando com produção de eventos, voltei às raízes da minha formação e hoje trabalho com Publicidade e Marketing Promocional.
Essa mudança na minha carreira foi muito desejada por mim, mas só aconteceu de fato esse ano.


E das duas uma:
Ou essa mudança de foco mudou também o meu olhar para as coisas, para o mercado, ou a mudança do meu olhar para o mundo, para as coisas mudou o foco da minha carreira profissional.


Eu acredito mais na segunda opção.
Penso que as mudanças na nossa vida são de dentro para fora. Mesmo que alheios à nossa atenção, os movimentos internos começam na insatisfação com o trabalho, na chama da incerteza de estar ou não feliz com o que se faz... e por aí vai.


E um belo dia: 'Plufit'... uma oportunidade surge e "muda" nossa vida.
Na verdade, a formação dessa oportunidade começou a ser formada naquele momento em que um pensamento invadiu  o dia dizendo: "Porra, que saco, não QUERIA fazer mais isso. "




Pois bem, tendo dito isso senti uma necessidade de fazer algumas observações sobre comunicação.
Já é amplamente sabido que sou uma admiradora assumida do Twitter.
O twitter é o ápice da inclusão digital.
O twitter deu voz aos pensamentos das pessoas. Trouxe à público o que a gente queria dizer e não sabia como e pra quem dizer. 
Acho o twitter uma ferramenta sensacional, mas essa mesma ferramenta serve de canal de grandes equívocos.
As pessoas se sentem "próximas" de seus ídolos, sentem que podem ser "íntimos" dos alvos de seus afetos e admirações. É essa falsa sensação de intimidade que trava uma série de equívocos muitas vezes indescritíveis.


O lado bom, é que temos podido conhecer o que as pessoas tem de fato dentro da massa encefálica... ou da ausência dela. 


Eu como analista de comunicação observo e na grande maioria das vezes me divirto.
Dou muita risada com a falta de bom senso, de noção do ridículo das pessoas.
Da mesma forma que dou risada, me decepciono certos momentos com a má-fé de muita gente.
É de entristecer qualquer cidadão.


Outra observação que acho pertinente fazer é sobre o empobrecimento do conhecimento geral e específico das pessoas.
( Falei bonito, hein ? Diga ai ? hahaha... Só para descontrair...)


Depois do advento do Google, a preguiça de pensar está mais institucionalizada.
Não tem problema não saber.
Vai lá que Sr. Google sabe.


E ao mesmo tempo que eu acho ótimo, porque agiliza muitos processos, esse novo hábito encurta o pensamento.
E não me refiro ao fato de escrever somente com 140 caracteres.
Não.
O pensamento que está encurtando é o da Alma, o do conhecimento.
E essa perda é inestimável.


Essa vertente tem dado espaço para um jornalismo fraco, fútil e porque não dizer ignorante.
Esses sites sensacionalistas estão produzindo conteúdo pobre não só porque é isso que o público lê, mas também por conta da (falta de) qualidade dos profissionais que estão produzindo esse conteúdo.


Ao invés do cidadão estar investindo na sua formação não só profissional, mas também como ser humano e ler sobre filosofia, poesia, contos, crônicas e textos de pessoas inteligentes e brilhantes, estão correndo atrás de Geyse Arruda pra saber quando é que ela vai fazer sua próxima lipo, ou então acompanhando Valéria, ou Valeska Popozuda Popozuda na sua 269863° implante de silicone.


Sem contar com a disseminação da informação de má fé.
Eu como cristã que sou, e tento sempre que possível voltar meu olhar para a lente da dimensão da Alma, fico estupefata de ver como a maldade e a mediocridade das almas está sutilmente disseminada principalmente nos sites de notícias. Já que o sucesso de um site é medido pelo número de acessos (ou clicks no site), os títulos das matérias se tornam imperativos na estratégia adotada por essas mídias.


Cada dia mais, fico decepcionada com o cenário que se apresenta na minha frente.
Com tantas mídias maravilhosas, que poderiam ser bem usadas para a construção interna nossa,  construção do nosso olhar para o mundo, para enriquecimento da nossa alma, nossa estruturação como pessoas, seres humanos... perde-se tempo e oportunidade com tanta babaquice.


Não estou dizendo aqui que todos devíamos concordar e convergir em todos os assuntos. 
Não... mas infelizmente estamos caminhando para isso, pois o empobrecimento intelectual e o emburrecimento das pessoas com certeza levará à esse caminho.
Toda unanimidade é burra, não é mesmo ?


Só quero abrir um parêntese para mandar um alô pra quem escrever "concerteza", ao invés de com certeza. 
Ahh você escreve assim e está se sentindo "ancioso" ao invés de ansioso ?
Pois bem, larga esse computador e vai comprar um livro decente pra ler e melhorar sua biblioteca interna.
Melhor coisa que você vai fazer hoje.


Cartas para redação.
Bjo, me twitta.
@patmguerra