19 de agosto de 2007

Entre Árvores e Esquecimentos

FERA ADORMECIDA

" Não sei sentir
Não sei ser humano
Não sei conviver de dentro da alma triste
com os homens, meus irmãos na terra.
Não sei ser útil
mesmo sentindo ser prático,
cotidiano, nítido.
Vi todas as coisas
e maravilhei-me de tudo,
Mas de tudo,
ou sobrou ou foi pouco
Não sei qual, e eu sofri.
Vivi todas as emoções
todos os pensamentos,
todos os gestos.
E fiquei tão triste
como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.
Amei e odiei como toda gente
Mas para toda gente isso foi normal ou instintivo.
Para mim, sempre foi exceção o choque,
a válvula, o espasmo.
Não sei se sinto de mais ou de menos
Porque a vida de tão interessante que é a todos os momentos
a vida chega a doer, a enjoar, a cortar,
a roçar, a ranger,
a dar vontade de dar pulos,
de ficar no chão
de sair de fora de todas as casas,
de todas as lógicas, de todas as sacadas,
e ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos. "
(Álvaro de Campos)

1 comentários:

Anônimo disse...

"...E saiu sem saber para onde ia...

Mas Deus o sabia.

Eu também me entreguei à Deus um dia, vou por onde Ele me guia.

Deus é fiel."


Patta, vim aqui "visitar" vc (uma ótima maneira a do blog pra poder me atualizar sobre minhas amigas...!) e...te deixo essa mensagem q em certas situações me torna em mente, uma delas foi após ter lido a poesia q vc deixou aqui.

Beijos e acima de tudo, alimente sempre a ESPERANÇA, sensata ESPERANÇA, sempre.

Com carinho,

Cris