5 de outubro de 2009

Viver dá trabalho


É viver dá trabalho.
Não tenho duvida.
Essa semana que passou me mostra isso.
Depois de quase um ano,
reservada e recolhida dentro de mim,
estou cada dia mais no mundo.
E isso se representa por estar mais em contato com o outro,
com a comunidade.
Não é fácil.
Viver dá trabalho.
Por mais que se fuja disso, não se pode passar impune.
Quem finge que não dá trabalho, sofre mais com as cutucadas com a vida dá pra gente acordar pra ela.
E essa semana percebi que estou no mundo e que a vida não está de brincadeirinha.
Eu pedi e estou recebendo oportunidades pra realizar o que eu pedi.
Sorry, não posso falar explicitamente o pedido.
Após uma reunião intensa na quarta-feira do Escalada,
fiquei muito mexida.
Deixei passar uns dia e voltei a olhar pra mim,
pra ver como estava me sentindo.
E tive surpresas lindas.
Tive respostas mais lindas ainda.
Não que alguém chegou e disse: "Olha, vc estava CERTA."
A questão vai muito além de estar certa.
Se fosse para simplesmente descobrir se estou certa ou errada,
não precisaria ir fundo nas questões,
não precisaria ir fundo na alma,
no cerne da vida.
É muito fácil, simplesmente estar certa.
A questão é estar INTEIRA.
É SER inteira.
É não se perder nas armadilhas do ego, que clama por estar certo ou errado o tempo todo.
Vem daí nossa necessidade de defesa, nosso apego,
nossos sentimentos de posse.
E pior de tudo, é perceber o que fazemos com isso.
É perceber que jogamos toda (ou quase toda) responsabilidade nos ombros do outro.
O mecanismo é sempre o mesmo.
Seja pra nossas relações afetivas, familiares, profissionais ou fraternais.
Empilhamos nossas expectativas sobre eles.
As NOSSAS expectativas.
Nas nossas expectativas o outro tem pouca participação.
Contribui no maximo, alimentando com as suas próprias expectativas ou fraquezas.
E depois, nós - na maior cara de pau - culpamos o outro pela NOSSA decepção.
Parece até piada.
Mas é o que fazemos.
E julgamos o outro com uma dureza, uma tenacidade absoluta e intocável.
É assim que somos.
Aí, a vida vai passando e o Sagrado entra em ação.
Não para nos castigar.
Não acredito em castigo.
Acredito em consequência e aprendizado.
Deus não castiga, como reza a crença popular da nossa época de infância.
Deus nos ama, e quem ama, educa.
Somos assim
crianças mal-criadas,
que se acham no direito de julgar uns aos outros,
de chamar de nossa a Verdade que de verdade não tem dono.
O Universo prova, mostra e ainda tem a generosidade de nos explicar os porques.
Às vezes até demora, mas se ficarmos atentos,
as respostas estão - e sempre estiveram - na nossa frente.
A diferença é que antes estávamos com os olhos tapados.
A vida é feita da disciplina de um atleta e alma de um poeta, disse João Carlos Martins,
e eu acrescentaria que para tudo há uma medida.
e por isso, viver dá trabalho.
LUZ MAIOR
(Manno Góes e Pe. Mané)

Vale a pena acreditar
No que os olhos não podem ver
Vale a pena ser feliz
Porque há uma luz maior
Há uma luz maior.
Já não basta reclamar do mal
E das coisas que não vêm
Encarar de frente o vendaval
Com a força que provém
De uma luz maior, de uma luz maior
Sei que tudo tem seu tempo
Mas sei que o tempo é curto
E que a estrada é longa demais
É preciso ser como o vento
Sem olhar pra traz,
Semear a paz
Dessa Luz maior.
O tempo apaga o que o tempo escreve
O tempo cura o que o tempo fere
As nossas procuras hão de ter o um fim
As nossas perguntas
Têm resposta sim.
É assim.
Há uma luz maior.
Há uma luz maior.

1 comentários:

Lucimária Costa disse...

Oi!! Pat!
Amo as palavras por que elas nunca envelhecem!Sempre estão prontas a nos ensinar alguma coisa! Esse post é um exemplo disso!
Nós somos tendenciosos a estar sempre nos defendendo! Procurando no outro um apoio, nem que seja moral!
Também acredito que Deus não castigue ninguém, por que Ele corrige a quem ama!O que nos acontece, são consequências de nossos atos!Linda essa música do Manno!!Uma discrição perfeita do que somos!!Parabéns por sua sensibilidade de enxergar nas entre linhas!!
Bjs!!