3 de outubro de 2010

Toca Raul !!!!



Acabei de comentar um post sobre Perdão no Blog de minha amiga Líli Paupério.
E comecei a pensar aqui sobre meu próprio comentário.

Nele, eu digo que perdão é uma graça concedida.
Liz Passos, comentou no mesmo post que perdoar é um dom, e eu discordo.
Penso que todos podemos perdoar, mas na maioria das vezes não fazemos isso sozinhos.

Ouvi em Oprah Winfrey uma vez, que perdoar é deixar de querer que o passado tivesse sido diferente.
E isso se você parar pra pensar, isso é aceitação.
Aceitar as coisas do jeito que elas são.
Aceitar as pessoas do jeito que elas são.

Em 1995 fiz um curso chamado Gestão do Pensamento... e olha que naquela época a palavra gestão nem era moda ainda.
Na Gestão do Pensamento, método estudado e desenvolvido por Daniel Sévigny um canadense de Québeque, se diz que as 3 leis de ouro são aceitação, perdão e amor.

No fundo, parando para refletir, estão estão intimamente ligadas, se confundem entre sí.
Pelo menos é assim que deveria ser.

Será aceitamos as pessoas que amamos do jeito que elas são ?
Perdoamos essas pessoas quando nos magoam ??

Gostaria que minha resposta fosse sim para essas duas perguntas.
Mas na prática não é assim.

As razões da conexão de nossas relações é bem mais complexa do que podemos imaginar, mas   o aprendizado é sempre o mesmo:
Aprender a Amar, aceitar e perdoar uns aos outros.

O engraçado dessa equação é que as pessoas que são mais "difíceis" de perdoar e que perdoam mais dificilmente, são as que mais precisam serem amadas.

É.
Como podemos ver a matemática é sempre complicada, mas sempre exata.
Como dizem os Maçons, Deus geometriza, pois Deus é exato.
Não há falhas no projeto divino, assim como na Matemática.
Por isso creio que o perdão, é uma graça concedida à quem perdoa e à quem é perdoado, embora eu pense que o perdão faz mais bem à quem perdoa do que àquele que é perdoado.

Várias questões estão vindo à tona de uns dias para cá.
Vejo algumas relações ao meu redor tomando novas formas, novos rumos... ao mesmo tempo consigo reconhecer sombras de antigas situações que vivi nessas novas formas.
Não estou à vontade com isso.
É um desconforto que por vezes é difícil até aguentar.

Mas Deus é exato, eu sei que o momento de deixar de querer que o passado tivesse sido diferente está chegando.

Consigo olhar de onde vem a sombra, de qual cicatriz ( ou ainda, ferida? ) está vindo esse clamor de perdão.

Sei também que a Graça Divina vai se sobrepor à todos os pensamentos e justificativas para continuar vivendo com essas feridas, e fazer valer seu Poder na minha vida.

Tenho fé que isso vai acontecer.
No tempo que tiver de ser.
Sou complexa, rasa, larga e profunda, como dizia Raul Seixas.
Sou caleidoscópica como gosto de dizer, a surpresa é sempre um fator bem vindo.
Mas ao contrário do que possa parecer, não me cobro esse timing, sei que ele não é meu.
Não me cobro que tenho que ser assim ou assado urgentemente.
Ahh se fosse simples assim né ??

"Quero deixar de ser reativa... plufiti... me transformei..."

Isso é ignorar todas as partes complexas que me compõe.
O Aprendizado é não somente um processo de construção... é também um processo de desconstrução.
E ambos processos podem ser igualmente desafiadores.

A mim cabe fazer o dever de casa, olhando pra dentro de mim para me reconhecer.
E mesmo que por vezes, não goste do que vejo, minha lição de casa, que mais cedo ou mais tarde vou aprender é que vou me aceitar, me perdoar e me amar...

Não tenho que me aceitar, perdoar e amar...
Essa afirmação não vem da alma... vem do ego.
"Ter que" fazer alguma coisa é quase que uma imposição e imposições vem do nosso Eu inferior, do ego.

A mensagem da alma é doce e sutil... e é comunicada para nosso ser consciente pela graça divina do entendimento.

É esperar pacientemente para ver.
Quem viver, verá.


TOCA RAUL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Cartas para redação.
Bjo, me twitta.
@patmguerra



GITA
(Raul Seixas)



"Eu que já andei
Pelos quatro cantos do mundo
Procurando
Foi justamente num sonho
Que Ele me falou"
Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado...
Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar...
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar...
Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou..
Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!
Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição...
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada...
Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar...
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim...
Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra "A" tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor...
Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo...
Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão...
Euuuuuu!
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio
O início, o fim e o meio
Euuuuu sou o início
O fim e o meio
Euuuuu sou o início
O fim e o meio...

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