Enjoy the Silence

Vez por outra, eu tenho necessidade de ficar só.

Em silêncio.

Aquietar a mente, e descansar do caos do barulho externo pra me ouvir.

Quando tenho dias muito cheios, com reuniões e mais reuniões, trânsitos, pessoas, pensamentos, música, buzina...

Eu preciso ficar sozinha. No meu silêncio.

Não sei se todo mundo é assim.

Penso que não, pois ninguém é igual.

Mas eu aprecio o silêncio.

Quando eu morava em São Paulo e Nova York, haviam finais de semana que eram verdadeiras férias do mundo.

Ficava no meu mundo.

Na minha casa, com meus livros, músicas, idéias, pensamentos...

Ou só com meu silêncio.

Porque às vezes as coisas se tornam maiores do que são.

As pessoas se tornam mais do que são.

E o silêncio coloca as coisas em perspectiva.

Coloca com exatidão as coisas de volta em seus lugares.

Desde que voltei a morar em Salvador, tenho tido uma certa dificuldade em estar com meu silêncio.

Como sabiamente disse meu irmão mais velho - Sérgio -  na Bahia o que não é hiperbólicamente feliz, ou barulhento já é logo taxado de depressivo ou problemático.

Mal sabem como é bom o som do silêncio.

Reencontrar a calma que vem de dentro.

Reencontrar com a imensidão da minha Alma.

Confesso, sou uma pessoa intensa e geralmente agitada... aliás, agitada não: ativa.

Mas no outro lado, também sou intensamente silenciosa.

Vejo que as pessoas tem uma certa dificuldade em lidar com o silêncio alheio.

Ontem minha amiga Dulce me disse:  " O que de fato somos, não é aquilo que falamos, mas aquilo que deixamos de falar"

E é exatamente isso que o silêncio faz:  Me coloca em contato com o que realmente sou e com o que realmente importa.

E, de vez em quando, me dou o luxo de me recolher no meu silêncio.

E dele não abro mão, pois é nele que Deus fala comigo.

Enjoy the Silence.